A iniciativa ‘Setembro Verde’ tem como objetivo reforçar a importância da acessibilidade e da inclusão da pessoa com deficiência. O mês foi escolhido por ser comemorado, no dia 21 de setembro, o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência.
As pessoas com deficiência representam 15% da população mundial. Só no Brasil, de acordo com dados do último censo realizado pelo IBGE (2010), são cerca de 45 milhões de pessoas com deficiência (¼ da população), sendo 12 milhões com grande ou total deficiência.
Entre tantos temas que envolvem pessoas com deficiência, gostaria de oferecer entrevista com Carolina Ignarra, cadeirante e sócia fundadora daTalento Incluir, um ecossistema de soluções focadas na Diversidade e Inclusão, pioneiro no Brasil, com foco em pessoas com deficiência e que já viabilizou empregos e desenvolvimento profissional a mais de 8 mil pessoas com deficiência. À frente da Talento Incluir há 13 anos, Carolina está à disposição para falar sobre temas como:
• Mercado de trabalho para pessoas com deficiência – Por que ainda é tão difícil contratar pessoas com deficiência? Os dados da RAIS (Relação Anual de Informações Sociais solicitada pelo Ministério do Trabalho e Emprego) de 2016, apontam que apenas 418.521 estão empregados, o que corresponde a menos de 1% do total de pessoas com deficiência no país (45 milhões).
• Lei de Cotas, 30 anos pela inclusão: seus avanços e desafios para os próximos anos, benefícios e pontos de melhorias. A Lei Federal nº 8.213/1991, completou 30 anos em 24/7 e trata da obrigatoriedade da contratação de pessoas com deficiência ou reabilitadas em empresas com 100 ou mais empregados, sendo: até 200 empregados, cota de 2%; de 201 a 500 empregados, cota de 3%; de 501 a 1000 empregados, cota de 4% e de 1001 em diante empregados, cota de 5%. Descumpri-la implica em multas que podem chegar até R﹩ 241 mil.
• 46,98% das empresas no Brasil ainda não cumprem a Lei de Cotas, apesar da exigência da lei. Essas empresas que não cumprem a lei quase que dobrariam as ofertas de vagas para os profissionais com deficiência.
• Consumo – o poder de compra das pessoas com deficiência: Essa parcela importante da população vem aumentando seu poder de consumo porque está cada vez mais conquistando espaço no mercado de trabalho graças às iniciativas de inclusão e Lei de Cotas. Um estudo da Accenture (2018) aponta que esses consumidores têm potencial de consumo estimado em R﹩ 22 bilhões ao ano. No entanto, mesmo com esses números expressivos, o poder de compra do consumidor com deficiência ainda é subestimado pelo comércio em geral. As barreiras para o consumo são inúmeras. A acessibilidade para as compras, por exemplo, ainda não evoluiu o suficiente.
• PMEs resistem contratar pessoas com deficiência – As pequenas e médias empresas (PMEs) representam 99% dos negócios brasileiros (6,4 milhões de estabelecimentos) e respondem por 52% dos empregos com carteira assinada no setor privado (16,1 milhões) – conforme dados do Portal do Empreendedor (Governo Federal). No entanto, empregam apenas 8,84% dos 371.913 mil profissionais com deficiência hoje presentes no mercado de trabalho formal – segundo dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS).
• Empresas ampliam investimentos em inclusão e diversidade
A Talento Incluir registrou um aumento de 78% nos investimentos em programas para o fortalecimento da cultura de inclusão de 2020 em relação a 2019, das mais de 400 empresas que atende, de diversos setores em todo Brasil. Segundo uma pesquisa da McKinsey, publicada em 2020, as empresas que investem em diversidade apresentam um Ebitda (lucro antes de juros e impostos) 53% acima da média de seus pares. Isso tem estimulado a contratação de consultorias de RH focadas na implantação de programas que potencializem esses resultados, a partir do desenvolvimento de planos de carreira, trabalhos de mentoria, além da preparação de gestores e equipes.
A Talento Incluir registrou um aumento de 78% nos investimentos em programas para o fortalecimento da cultura de inclusão de 2020 em relação a 2019, das mais de 400 empresas que atende, de diversos setores em todo Brasil. Segundo uma pesquisa da McKinsey, publicada em 2020, as empresas que investem em diversidade apresentam um Ebitda (lucro antes de juros e impostos) 53% acima da média de seus pares. Isso tem estimulado a contratação de consultorias de RH focadas na implantação de programas que potencializem esses resultados, a partir do desenvolvimento de planos de carreira, trabalhos de mentoria, além da preparação de gestores e equipes.
• Como é possível empreender no mercado de cerca de 45 milhões de brasileiros com deficiência (dados do IBGE) – a Talento Incluir avançou no empreendedorismo e ampliou sua atuação com o lançamento do UinHub, primeira plataforma voltada a inclusão no país. Trata-se de um ecossistema online que reúne lojas, produtos, informações e serviços totalmente desenvolvidos para pessoas com deficiência para atender as necessidades com produtos e serviços que facilitam e trazem mais qualidade de vida às pessoas com deficiência.
• Guia de Jornalismo Inclusivo – Deficiente, portador de deficiência, PCD, pessoa com necessidade especial, PNE, inválido… algumas terminologias consideradas inapropriadas para se referir a pessoas com deficiência, mas que ainda são muito recorrentes, inclusive na imprensa. O uso das terminologias corretas para se referir às pessoas com deficiência vai além do respeito. É também uma ação de inclusão. Para ajudar profissionais de imprensa a Talento Incluir desenvolveu o ‘Guia de Jornalismo Inclusivo’. O objetivo é alertar os jornalistas sobre o uso das terminologias corretas desenvolvidas por especialistas e reconhecidas mundialmente e, sobretudo, orientá-los sobre cuidados na condução de entrevistas e na produção de reportagens.
• Os números das pessoas com deficiência:
1 bilhão de pessoas com deficiência no mundo (15% da população mundial)
45 milhões de brasileiros com deficiência (1/4 da população do país)
25 milhões de pessoas com deficiência no Brasil são mulheres
60% das mulheres com deficiência no Brasil não completaram o ensino fundamental
0,5% das mulheres com deficiência no Brasil estão no mercado de trabalho
12 milhões de brasileiros com grande ou total deficiência
R﹩ 22 bilhões ao ano é o potencial de consumo das pessoas com deficiência no Brasil
371.913 mil profissionais com deficiência atuam hoje no mercado de trabalho formal no Brasil
9,7 profissionais com deficiência por cada vaga reservada pela Lei Federal 8.213/91. Todos em idade laboral e aptos para o trabalho. Pessoas com deficiência leve e as que recebem o benefício assistencial foram excluídas desse cálculo.
8,9 milhões de pessoas com deficiência aptas para o trabalho, porém apenas 371.913 mil são beneficiados pela reserva de vagas no Brasil.
46,98% das empresas no Brasil ainda não cumprem a Lei de Cotas. Elas quase que dobrariam as ofertas de vagas para os profissionais com deficiência
