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Programador ou desenvolvedor: qual é a diferença entre os dois?

Compras, pagamentos, reuniões, cursos, jogos. Atividades que, mais do que nunca, são realizadas de maneira on-line e de qualquer lugar, bastando apenas o acesso a um computador, tablet ou smartphone. E para que as pessoas usufruam de todas essas funcionalidades, existe uma categoria de profissionais que é bastante demandada no mercado de trabalho: os profissionais de Tecnologia da Informação (TI), em especial os desenvolvedores (os devs) e os programadores. Desde a criação de um site que permitirá que lojas físicas se tornem e-commerces até automação e processos internos que aumentam a eficiência da empresa, tudo dependerá das habilidades desses profissionais. São eles que criam todas as plataformas utilizadas para qualquer tipo de negócio no ambiente virtual.

De acordo com um levantamento feito pela Microsoft, atualmente, o Brasil possui cerca de 400 mil profissionais de desenvolvimento e programação. No entanto, a previsão mostra que haverá mais de 6 milhões de vagas na área até 2025. Ou seja, o déficit de profissionais é alarmante. Para os que consideram ingressar na área de TI, dados como esses despertam ainda mais o interesse. “Estamos vivendo um momento espetacular para as duas profissões, pois o mundo do desenvolvimento de software cresce de maneira exponencial, com possibilidade de atuação na criação de programas, com as mais diferentes linguagens, bem como, participar de projetos, relacionados aos mais diversos tipos de negócios que possibilitem o desenvolvimento de novas soluções tecnológicas”, avalia Jefferson Costa, coordenador acadêmico da Digital House, uma das principais escolas de habilidades digitais do país.

Apesar de os dois profissionais atuarem no desenvolvimento de programas de informática e linguagens computacionais, eles têm funções distintas dentro de um mesmo projeto. No entanto, a confusão sobre a atuação de cada um é bastante comum.

Em linhas gerais, o programador é o profissional que escreve o programa, utilizando as diversas linguagens de programação existentes. Toda essa escrita é essencial para a construção de um programa, a fim de atender a demanda de uma empresa ou marca. Cabe a ele também saber lidar com a coleta de dados de usuários e a análise realizada posteriormente para tomadas de decisões assertivas e bem fundamentadas no desenvolvimento de produtos e serviços.

O desenvolvedor é um profissional que domina todo um projeto e as demandas do mercado, passando a desenvolver soluções. É o profissional que vai encontrar, em meio a dor de seu público-alvo, uma solução, a qual, neste caso, seria via software. O coordenador acadêmico da Digital House explica que, na prática, todo desenvolvedor é programador, mas nem todo programador é desenvolvedor. “Apesar de também conhecer a linguagem da programação, o desenvolvedor possui um conhecimento mais amplo do negócio, do projeto de software como um todo. Esse profissional deve ter a capacidade de analisar a documentação e o mercado e, a partir daí, desenvolver uma solução para gerar o sistema de software que atenda às necessidades da organização”, esclarece.

No dia a dia, um desenvolvedor deve organizar toda a sua ideia de desenvolvimento e saber explicá-la para validar junto a outros profissionais do time e ver se vale a pena. Neste ponto, o programador também entra em cena para colocar a mão na massa a partir da ideia construída pelo desenvolvedor, utilizando uma linguagem de programação.

Importante lembrar que a abrangência de trabalho e o nível de responsabilidade de um projeto entre as duas funções são diferentes. No entanto, ambos os profissionais são especialistas e dominam todas as técnicas e conceitos sobre os códigos de programação.

Fazendo uma analogia, podemos dizer que, em um projeto de engenharia, por exemplo, o desenvolvedor pode ser comparado a um engenheiro civil e o programador a um mestre de obras. O primeiro está envolvido no ciclo do projeto como um todo e o segundo em uma parte mais específica, tratando-se de uma função mais técnica.

Jefferson Costa afirma que a confusão entre os dois profissionais é bastante comum, e acredita que isso está relacionado ao contexto histórico do surgimento das profissões. A função de programador, por exemplo, está bastante atrelada ao nascimento da informática, quando os programas tinham uma ligação muito restrita ao mundo computacional. “Na época, não havia tantos negócios que precisavam desse tipo de solução e não era necessário o envolvimento do profissional nos diversos requisitos para a sua construção. Com o passar do tempo e dos perfis das empresas que demandam por programação, os desenvolvedores ganham evidência no mercado ocupando espaços que antes não faziam parte do processo de criação de um programa.”

É importante ressaltar que o mercado precisa dos dois profissionais. Assim, para quem está pensando em ingressar na área, mas ainda tem dúvida de qual caminho seguir, vale a pena levar em conta as skills exigidas de cada profissional.

Um programador deve possuir excelente raciocínio lógico, capacidade de investigação e muita concentração para interagir com códigos, a fim de desenvolver e solucionar problemas. Já o desenvolvedor, que nunca é demais lembrar, também é um programador, precisa apresentar entre outras características, boa comunicação, capacidade de trabalho em equipe e, muitas vezes, habilidade de liderança. “Acredito que duas palavras definem bem os perfis de cada um deles: aprofundamento e envolvimento. Explicando, o programador necessita, cada vez mais, se aprofundar nos conhecimentos relacionados às linguagens, enquanto o desenvolvedor precisa se envolver com o negócio de uma forma geral”, sintetiza o coordenador acadêmico.

Tags: desenvolvedor, diferenças, programador

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